Dia 1 de abril. O famoso “dia das mentiras” e brincadeiras.
Dia 1 de abril de 1999:
“O Canadá, declara um quinto do seu território uma Região Autónoma”.
Você, chegou a ver essa notícia em algum jornal, rádio ou televisão?
Não? Porque será? Será porque Você não acompanha as notícias, ou simplesmente porque os meios de comunicação não a cobriram?
Se a Sua resposta é sim e soube dessa notícia em algum lugar, a notícia será verdadeira? Será mentira? Será mais uma brincadeira do dia 1 de abril?
A nova Província, chamada de Nunavut, que em Inuktitut, na língua do Povo Esquimó, os Inuit, quer dizer “a nossa terra”, tem por capital Iqaluit. Lembremo-nos que não é alguma parcela insignificante de terra, mas sim 1.426.040 km2, ou seja 16 vezes o tamanho de Portugal, já que o Canadá, é o segundo maior país do mundo. A extensão desse novo território do extremo oeste ao extremo leste é equivalente à distância de Londres a Istambul, ou seja quase o tamanho da Europa.
A população de somente 22 mil habitantes dá uma densidade populacional de um habitante por cada 100 km2. Além do mais o Canadá dará como ajuda de custo e indemnização a esse Povo, um bilhão de dólares (170 milhões de contos), em parcelas distribuídas ao longo de 14 anos, pela extração de minério .
É a primeira vez na história da Humanidade, pelo menos na história actual, que os direitos dos Povos indígenas, neste caso específico, os Esquimós, são reconhecidos na sua totalidade como Nação, ao ponto de se criar uma área autónoma. E o que é igualmente importante é que tudo isso foi feito à base de diálogo, sem protestos, mortes ou violência.
Neste momento em que estou a escrever esta matéria, Abril de 1999, basta abrir qualquer jornal, ligar o rádio ou televisão, a notícia de primeira mão é sempre a mesma, “Guerra na Jugoslávia”… As demais notícias andam quase todas à volta do mesmo tema ou de outros muito semelhantes, cobrindo situações de violência, morte, assassinato, roubo, enfim do mais baixo a que pode chegar qualquer Ser Humano
Porque será que uma notícia como a de Nunavut, não ocupa a primeira página dos jornais do Mundo, ou talvez nenhuma página sequer, enquanto que a guerra, a violência, a morte, a desgraça precisam de manchar os jornais e demais meios de comunicação e por conseqüência saturar as nossas mentes, corpos e espíritos até não mais podermos aguentar?
Serão os meios de comunicação os únicos responsáveis por transmitir essas notícias? Ou será que Você está tão sedento que os meio de comunicação, para se manterem têm que vender o que Você está tão ansioso em comprar? Qual é a Sua óptica?
Claro que quando eu digo “Você” estou-me a referir a qualquer Pessoa em geral e não a Você específicamente.
Costumo dizer nas minhas conferências e workshops:
Se Você está a preparar um café fresquinho, não precisa de forçá-lo em ninguém. O aroma dele é tão agradável, que as Pessoas vão dizer algo como: “Que cheirinho gostoso, posso também ter um ou posso comprar um?”.
Quando falamos de café, claro que estamos a falar de qualquer outro assunto.
A nossa Vida tem que ser como o café fresquinho. As outras Pessoas, deveriam buscar espontaneamente de nós as Soluções que temos para oferecer. Isso se aplica também a Empresas, Grupos de qualquer natureza ou Governos. Se já temos essas Soluções para oferecer é porque as produzimos e aplicamos, como no caso do café.
Se por outro lado tivermos que impor as Soluções aos Outros é porque ou não as temos ou não as vivemos. Pouco importa para esse efeito se as Soluções são as melhores do Mundo ou as mais adequadas e se as Pessoas são as piores possíveis ou aparentem ser sem consciência.
No momento que impomos aos Outros a nossa maneira de ser ou opinião já deixamos de ser Livres e nos tornamos ditadores. Isso por mais bem intencionados que estejamos.
Deixamos de ser livres quando deixamos de exercer a nossa capacidade total para a Liberdade. Isso na medida em que restringimos a Liberdade dos Outros, usando mal o nosso Livre Arbítrio.
Um Líder nunca exclui aos demais, por piores que eles sejam. Ele sempre encontra maneiras criativas de envolvê-los de uma forma construtiva, inspirando-Os com o Seu exemplo vivo a transformarem as Suas maneiras de viver e a juntarem-se para unidos, realizarem o Bem-Estar comum através da Harmonia, da Cooperação, do Amor, da Inclusão e da Integração de Todos.
Um chefe, esse sim, precisa de impor, pois sendo um teórico daquilo que fala e que aliás parece tudo muito bonito, é simplesmente um idealista. É um idealista, pois sendo um teórico não vive os Seus ideais, que não passam de meros sonhos a ser alcançados. Por isso, aos que têm alguma divergência de suas ideias, torna-se difícil confiar nele e a única saída que ele encontra é forçar suas idéias em nome do Bem-Estar comum, provocando a guerra em nome da Paz!!! Que paradoxo!!!
Um Líder por outro lado, jamais é um idealista, pois vivendo às vezes e, normalmente até de antemão, o ideal que todos sonham, conhece e desfruta da Realidade que, por ele ser tão altruísta quer compartilhar com Todos. E como ele a vive, a torna Real. É nesse momento que o Ideal se torna Real para Todos, pois inspirados pelo exemplo vivo da Realidade Concreta, existente no Líder, Todos se motivam e por opção própria se juntam para vivê-la, desfrutá-la, compartilhá-la.
Um Líder é portanto um Inventor. Um Inventor de Soluções. A única diferença entre aquele que conhecemos por Inventor e um Líder, é que o Inventor usa a Sua Criatividade para produzir Soluções no campo tecnológico ou científico, enquanto que o Líder, apesar de não o reconhecermos como Inventor, também inventa, pois usa a Sua Criatividade para produzir Soluções nos campos Sociais, Políticos, Humanitários e outros. De facto, todo o Inventor é obviamente, também um Líder. Ele lidera a Humanidade para novos caminhos através das Soluções que produz e dos Horizontes que se abrem.
Estarão os chefes da Europa, dos Estados Unidos e de cada País no Mundo prontos para assumir o Líder que são, em vez de impor a chefia que pretendem?
Estará Você pronto para isso?